terça-feira, 28 de outubro de 2008

Bibliografia

Joaquim Maria Machado de Assis é considerado um dos mais importantes escritores literatura brasileira. Nasceu no Rio de Janeiro em 21/6/1839, filho de uma família muito pobre. Mulato e vítima de preconceito, perdeu na infância sua mãe e foi criado pela madrasta. Superou todas as dificuldades da época e tornou-se um grande escritor.
Na infância, estudou numa escola pública durante o primário e aprendeu francês e latim. Trabalhou como aprendiz de tipógrafo, foi revisor e funcionário público.
Publicou seu primeiro poema intitulado Ela, na revista Marmota Fluminense. Trabalhou como colaborador de algumas revistas e jornais do Rio de Janeiro. Foi um dos fundadores da Academia Brasileira de letras e seu primeiro presidente.
Podemos dividir as obras de Machado de Assis em duas fases: Na primeira fase (fase romântica) os personagens de suas obras possuem características românticas, sendo o amor e os relacionamentos amorosos os principais temas de seus livros. Desta fase podemos destacar as seguintes obras: Ressurreição (1872), seu primeiro livro, A Mão e a Luva (1874), Helena (1876) e Iaiá Garcia (1878).
Na Segunda Fase ( fase realista ), Machado de Assis abre espaços para as questões psicológicas dos personagens. É a fase em que o autor retrata muito bem as características do realismo literário. Machado de Assis faz uma análise profunda e realista do ser humano, destacando suas vontades, necessidades, defeitos e qualidades. Nesta fase destaca-se as seguintes obras: Memórias Póstumas de Brás Cubas (1881), Quincas Borba (1892), Dom Casmurro (1900) e Memorial de Aires (1908).
Machado de Assis também escreveu contos, tais como: Missa do Galo, O Espelho e O Alienista. Escreveu diversos poemas, crônicas sobre o cotidiano, peças de teatro, críticas literárias e teatrais.Machado de Assis morreu de câncer, em sua cidade natal, no ano de 1908.
Relação das obras:
RomancesRessurreição - 1872 A mão e a luva - 1874 Helena - 1876 Iaiá Garcia - 1878 Memórias Póstumas de Brás Cubas - 1881 Quincas Borba - 1891 Dom Casmurro - 1899 Esaú e Jacó - 1904 Memorial de Aires - 1908 Poesia CrisálidasFalenasAmericanasOcidentaisPoesias completasContosA Carteira Miss Dollar O Alienista Noite de AlmiranteO Homem CélebreConto da Escola Uns Braços A Cartomante O EnfermeiroTrio em Lá MenorMissa do Galo TeatroHoje avental, amanhã luva - 1860 Desencantos - 1861 O caminho da porta, 1863 Quase ministro - 1864Os deuses de casaca - 1866 Tu, só tu, puro amor - 1880 Lição de botânica - 1906

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

realismo x naturalismo

REALISMO/NATURALISMO
(1881 - 1893)
v Panorama histórico:
- Socialismo, cientificismo, evolucionismo, positivismo, lutas antiburguesas, 2ª Rev. Industrial;
Em 1881, com a publicação de “Memórias Póstumas de Brás Cubas”, de Machado de Assis, inicia-se o Realismo no Brasil.
No Brasil: abolição, República, romance naturalista, poesia parnasiana.
Características do Realismo:
v Objetivismo;
v Descrições e adjetivações objetivas;
v Linguagem culta e direta;
v Mulher não idealizada; real. Ex.: Marcela e Virgília (Memórias Póstumas de Brás Cubas), Sofia (Quincas Borba)...
v Amor e outros interesses subordinados aos interesses sociais;
v Herói problemático;
v Narrativa lenta, tempo psicológico;
v Personagens trabalhados psicologicamente.
Principal autor:
Machado de Assis com “Memórias Póstumas de Brás Cubas” (1881); “Quincas Borba”, “Dom Casmurro”, “Esaú e Jacó” e “Memorial de Aires”.
MACHADO DE ASSIS E O ROMANCE REALISTA
ü 1ª FASE (Tendências românticas) Obras: Ressurreição, A mão e a luva, Helena, Iaiá Garcia
Características Gerais:
- crença nos valores da época;
- estrutura de folhetim
- esquematismo psicológico.

ü 2ª FASE (Tendências realistas)
- Obras: Memórias Póstumas de Brás Cubas, Quincas Borba, Dom Casmurro, Esaú e Jacó e Memorial de Aires.
Características Gerais:
- Análise psicológica (os seres vistos em sua complexidade psíquica)
- Análise dos valores sociais (os valores que a sociedade cria para justificar sua própria existência)
- Pessimismo (descrença nos indivíduos e na organização social)
- Ironia (o chamado “sense of humor”, inspirado nos ingleses Stern e Swift)
- Refinamento da linguagem narrativa.
ü Principais personagens:
ü Brás Cubas, Vigília, Quincas – (Memórias Póstumas de Brás Cubas)
ü Bentinho, Capitu, Escobar, José Dias, – (Dom Casmurro)
ü Quincas Borba, O cão e o Filósofo, Rubião, Sofia e Palha – (Quincas Borba)

ROMANTISMO x REALISMO
Principais diferenças entre Romantismo e Realismo:

Ø ROMANTISMO (1836-1881)
- Ênfase na fantasia;
- Predomínio da emoção;
- Proximidade emocional entre autor e os temas;
- Subjetividade;
- Escapismo (literatura como fuga da realidade);
- Personagens idealizados;
- Nacionalismo;

Ø REALISMO (1881 – 1893)

- Ênfase na realidade;
- Predomínio da razão;
- Distanciamento racional entre o autor e os temas;
- Objetividade;
- Engajamento (literatura como forma de transformar a realidade)
- Retrato fiel das personagens;
- A mulher numa visão real, sem idealizações...
- Universalismo.

Ø Naturalismo (características)
- Determinismo biológico;
- Objetivismo científico;
- Temas de patologia social;
- Observação e análise da realidade;
Ser humano descrito sob a ótica do animalesco e do sensual;
- Linguagem simples;
- Descrição e narrativa lentas
- Impessoalidade;
- Preocupação com detalhes.
Principais autores: Aluísio Azevedo,
“O mulato”, em 1881: início do Naturalismo no Brasil; “O Cortiço”,
Raul Pompéia, “O Ateneu”.

DIFERENÇAS ENTRE REALISMO E NATURALISMO
ü REALISMO
- Forte influência da literatura de Gustave Flaubert (França).
- Romance documental, apoiado na observação e na análise.
- A investigação da sociedade e dos caracteres individuais é feita “de dentro para fora”, por meio de análise psicológica capaz de abranger sua complexidade, utilizando a ironia, que sugere e aponta, em vez de afirmar.
- Volta-se para a psicologia, centrando-se mais no indivíduo.
- As obras retratam e criticam as classes dominantes, a alta burguesia urbana e, normalmente, os personagens pertencem a esta classe social.
- O tratamento imparcial e objetivo dos temas garante ao leitor um espaço de interpretação, de elaboração de suas próprias conclusões a respeito das obras.

ü Naturalismo
- Forte influência da literatura de Émile Zola (França).
- Romance experimental, apoiado na experimentação e observação científica.
- A investigação da sociedade e dos caracteres individuais ocorre “de fora para dentro”, os personagens tendem a se simplificar, pois são vistos como joguetes, pacientes dos fatores biológicos, históricos e sociais que determinam suas ações, pensamentos e sentimento.
- Volta-se para a biologia e a patologia, centrando-se mais no social.
- As obras retratam as camadas inferiores, o proletariado, os marginalizados e, normalmente, os personagens são oriundos dessas classes sociais mais baixas.
- o tratamento dos temas com base em uma visão determinista conduz e direciona as conclusões do leitor e empobrece literariamente os textos.
ALUÍSIO AZEVEDO(1857-MA,1913–BUENOS AIRES)
ü Principais características:
- Expressão de destaque no naturalismo brasileiro;
- Sua linguagem literária era chocante, objetiva e direta. Procurava denunciar pela palavra a miséria, a corrupção moral. Muitos de seus personagens são doentes físicos, mentais, vítimas de suas próprias imperfeições.
- Demonstrava nítida preocupação com as classes marginalizadas pela sociedade.

OUTRAS OBRAS
- O Mulato
- Casa de Pensão
- O Cortiço (obra máxima do Naturalismo brasileiro).

O CORTIÇO
- Revelação da miséria urbana
- Enfoque nas classes marginais
- Determinismo do meio (tese dominante)
- Domínio do coletivo sobre o individual
- Desagregação dos instintos
- Principais personagens: João Romão, Bertoleza, Miranda, Jerônimo, Rita Baiana e Pombinha.

RAUL POMPÉIA
(1863 – 1895)
ü Principais características:
- Nasceu em Angra dos Reis e suicidou-se no Rio de Janeiro, na noite de Natal.
- Sua obra “O Ateneu” apresenta inspiração na adolescência do autor (estudou num colégio interno, o Colégio Abílio)
- Sua técnica se prende ao Impressionismo em que o artista enfatiza a impressão que a realidade despertou nele.
PARNASIANISMO
“ARTE PELA ARTE”
ü Parnasianismo:
- Surge na França como reação à poesia romântica
- Procura corresponder, em poesia, ao Realismo na prosa

ü Características do Parnasianismo:
- Objetividade e impessoalidade do poeta
- Culto à Forma, entendida como métrica, rima e versificação.
- Utilização de fórmulas poéticas fixas como o soneto.
- “Arte pela Arte”: a arte só tem compromisso com ela mesma
- Tema principal: a mitologia greco-latina
PARNASIANISMO NO BRASIL

- Literatura descompromissada das elites
- Absoluto domínio em termos de prestígio
- Formação da tríade parnasiana
- Uma das causas da Semana de Arte Moderna
ü TEMAS:
- A mitologia e a história greco-romana
- A natureza
- O amor sensual
- A pátria
ü OLAVO BILAC (Principal poeta)
ü OBRAS:
- Poesias
- Tarde
PRINCIPAIS POEMAS
- In extremis
- O caçador de esmeraldas
- Via-láctea
- Profissão de fé
- Sarças de fogo
v PROFISSÃO DE FÉ (fragmento)
(...)
Invejo o ourives quando escrevo: Torce, aprimora, alteia, lima
Imito o amor A frase; e, enfim,
Com que ele, em ouro, o alto relevo No verso de ouro engasta a rima,
Faz de uma flor. Como um rubim.
Imito-o. E, pois, nem de Carrara Quero que a estrofe cristalina,
A pedra firo: Dobrada ao jeito
O alvo cristal, a pedra rara, Do ourives, saia da oficina
O ônix prefiro. Sem um defeito:
Por isso, corre, por servir-me, Assim procedo. Minha pena
Sobre o papel Segue esta norma,
A pena, como em prata firme Por te servir, Deusa serena,
Corre o cinzel. Serena Forma!”
(...) (OLAVO BILAC)


Ouvir estrelas
“Ora (direis) ouvir estrelas! CertoPerdeste o senso”. “ E eu vos direi, no entanto,Que, para ouvi-las, muita vez despertoE abro as janelas pálido de espanto...

E conversamos toda a noite, enquantoA via Láctea, como um pálio aberto, Cintila. E, ao vir do sol, saudoso e em pranto,Inda as procuro pelo céu deserto.
Direis agora: - Tresloucado amigo.
Que conversas com elas?
Que sentido tem o que dizem,
quando estão contigo?
E eu vos direi. - "Amai para entendê-las! Pois só quem ama pode ter ouvidoCapaz de ouvir e de entender estrelas."

v Um Beijo
Foste o beijo melhor da minha vida, Ou talvez o pior...Glória e tormento, Contigo à luz subi do firmamento, Contigo fui pela infernal descida!

Morreste, e o meu desejo não te olvida: Queimas-me o sangue, enches-me o pensamento, E do teu gosto amargo me alimento, E rolo-te na boca malferida.

Beijo extremo, meu prêmio e meu castigo, Batismo e extrema-unção, naquele instante Por que, feliz, eu não morri contigo? Sinto-te o ardor, e o crepitar te escuto, Beijo divino! e anseio, delirante, Na perpétua saudade de um minuto...
v SATÂNIA
Sobe... cinge-lhe a perna longamente; Sobe...- e que volta sensual descreve Para abranger todo o quadril!- prossegue,Lambe-lhe o ventre, abraça-lhe a cintura,
Morde-lhe os bicos túmidos dos seios, Corre-lhe a espádua, espia-lhe o recôncavo
Da axila, acende-lhe o coral da boca, E antes de se ir perder na escura noite, Na densa noite dos cabelos negros, Pára confusa, a palpitar, diante Da luz mais bela dos seus grandes olhos.

Curiosidades Sobre MAchado de Assis


Você sabia?

Um mestre aos 16!
Já aos 16 anos conseguiu publicar sua primeira obra literária na revista “Marmota Fluminense”, onde registrou as linhas do poema “Ela”. No ano seguinte, Machado conseguiu um cargo como tipógrafo na Imprensa Nacional e dividiu seu tempo com a criação de novos textos.
Machado de Assis era miope, gago e sofria de epilepsia. Enquanto escrevia Memórias Póstumas de Brás Cubas, foi acometido por uma de suas piores crises intestinais, com complicações para sua frágil visão. Os médicos recomendaram três meses de descanso em Petrópolis. Sem poder ler nem redigir, ditou grande parte do romance para a esposa, Carolina.
Caligrafia de Machado de Assis era tão ruim que revisores recusavam trabalhar com ele.
A letra de Machado de Assis era muito ruim. Redator do Diário de Janeiro, de Quintino Bocaiúva, os revisores recusaram trabalhar com ele, sem que melhorasse a caligrafia. Quintino respondeu aos reclamantes que só os atenderia se lhe mostrassem original de Machado que ele não conseguisse ler. Mostraram. Não só Quintino, mas o próprio Machado não foi capaz de decifrar o que havia escrito.

Noite De Almirante


Narrado em terceira pessoa, conta a história do marinheiro Deolindo, que três meses antes de iniciar uma viagem, conhece a mulata Genoveva; apaixonados ambos fazem um juramento de fidelidade. Ao regressar Deolindo apresenta um semblante de felicidade na expectativa de rever a amada, notado por seus companheiros marujos que antevêem uma noite de almirante ao marinheiro, ou seja, uma grande noite nos braços de Genoveva. Porém ao chegar à casa de Genoveva, Deolindo, ouve de D Inácia, que a moça estava com outro, morando na Praia Formosa.O marinheiro vai até a Praia Formosa e encontra Genoveva, mas esta se mantém indiferente e distante, fala do amor que sentiu por ele, mas diz que seu coração mudara. Triste e cabisbaixo, Deolindo diz à ela que vai matar, mas Genoveva não acredita em sua ameaça. No dia seguinte, diante dos amigos e colegas marinheiros, Deolindo apresenta-se com ar de satisfação e felicidade, transparecendo que realmente teve uma noite de almirante, optando por aparentar e não permitindo que sua vergonha fosse exposta aos companheiros.

A cartomante


A cartomante é a historia de Vilela, Camilo e Rita envolvidos em um triângulo amoroso. A historia começa numa Sexta-feira de novembro de 1869 com um dialogo entre Camilo e Rita. Camilo nega-se veementemente a acreditar na cartomante e sempre desaconselha Rita de maneira jocosa.

A cartomante está caracterizada neste conto como uma charlatã, destas que falam tudo o que serve para todo mundo. É um personagem sinistro, que apesar não ter nem o seu nome revelado (característica machadiana), destaca-se como um personagem que ludibria os personagens principais.
Rita crê que a cartomante pode resolver todos os seus problemas e angústias. Camilo já no fim do conto, quando está prestes a ter desmascarado seu caso com Rita, no ápice de seu desespero, recorre a esta mesma cartomante, que por sua vez o ilude da mesma forma como ilude todos os seus clientes, inclusive Rita.
A mulher usa de frases de efeito e metáforas a fim de parecer sábia e dona do destino de Camilo, este que sai de lá confiante em suas palavras e ao chegar no apartamento de Vilela encontra Rita morta e é morto a queima roupa pelo amigo de infância, que já está sabendo da traição da esposa e o esperava de arma em punho.

carta ao editor

Publicou Memórias Póstumas:Na Revista Brasileira…É um livro essencial:Que marca a sua carreira…Na Gazeta de NotMemórias saiu em livro:Destaque para Machado…Publicou Papéis Avulsos:Texto bem elaborado…Rua Cosme Velho, 18:Muito bem acomodado…brendaícias:Foi cronista de primeira…
Memórias saiu em livro:Destaque para Machado…Publicou Papéis Avulsos:Texto bem elaborado…Rua Cosme Velho, 18:Muito bem acomodado…
Em Machado há ironia:Dúvida e questionamento…Capitu traiu ou não?A resposta voa ao vento…O Amor tudo ultrapassa:Revela-se o sentimento.
Oficial da Ordem da Rosa:Por decreto imperial…Diretor de Viação:Várias Histórias, afinal…Machado se consagrou:No cenário nacional…
Fundou a Academia:Logo eleito presidente…Quincas Borba reflete:Um escritor sapiente…O romance Dom Casmurro:Eis um livro consciente…

domingo, 26 de outubro de 2008

Carta ao leitor.


O presente trabalho tem como por afinidade, mostrar ao leitor a vida e obra de Machado de Assis.
Machado de Assis é o escritor mais importante da literatura brasileira e um espíritos mais lúcidos de nossa cultura. Criou entre nós o método universalizante de composição artística que consiste em interpretar a condição humana a partir da observação das pessoas do seu próprio tema.
Avesso a qualquer crença absoluta, Machado de Assis escreveu para problematizar, decorrendo desse procedimento uma verdadeira revolução formal e conceitural em nossa literatura, porque lhe assegurou um processo altoconsciente de representação estética.
Machado de Assis nao produziu nenhum grande retrato do Brasil como pretenderam fazer os românticos; antes, preferiu descrever através de um refinado sistema de símbolos, as estruturas do segundo Reinado e sua transição para a república.
A história está na ficção machadiana, mas é captada principalmente através de seus reflexos no universo moral dos indivídualismo. E sua grandeza maior provém da originalidade das formas que inventou para representar esses reflexos, razão pela qual se notabilizou como um dissecador devassador de intimidades: axaminava gestos e expressões diminutas,olhares dissimulados, risos e intenções secretas, enfim, pormenores de superfície que revelassem as vastidões do interior do indivíduo. Escreveu ininterrupdamente dos 15 aos 69 anos. Interessou-se por todas as formas de expressão literária: crônica, poesia, teatro, tradução, crítica, ensaio, conto e romance. Em todas essas espécies, deixou realizações importantes, tendo se mostrado um gênio no conto e no romance, mediante insistente busca de maneira mais própria de interpretar a vida e construir a arte. Seu estilo é dinamizado por uma inquietação do experimento formal, que torna a frase sarcástica, brincalhona, com feições de ziguezague. Esses experimentos incorporam a paródia, a ironia, a digressão, a polifonia e o humor entre outros recursos.
Apesar da complexidade dos processos compositivos, o vocabulário de Machado de Assis é simples, próximo da conversa diária da época em que viveu- por isso, seus textos, resultam espontâneos, com sabor de oralidade.
Em Machado, o humorismo é aliado do pessimismo, a amargura, a irritação que lhe causava o espetaculo da vida. O que o diferencia de grande numero de humoristas ingleses é a preocupação moralmente, a intenção de definir o homem e suas relações , na vida social. A fonte intelectual máxima do pessimismo Machadiano foi Pascal, desde muito cedo. Para Machado, o mundo em mau, o mal predominado sobre o bem, a dor sobre o prazer, a dor sendo a única realidade, pois da sua cessação é que decorre o prazer.