terça-feira, 28 de outubro de 2008

Bibliografia

Joaquim Maria Machado de Assis é considerado um dos mais importantes escritores literatura brasileira. Nasceu no Rio de Janeiro em 21/6/1839, filho de uma família muito pobre. Mulato e vítima de preconceito, perdeu na infância sua mãe e foi criado pela madrasta. Superou todas as dificuldades da época e tornou-se um grande escritor.
Na infância, estudou numa escola pública durante o primário e aprendeu francês e latim. Trabalhou como aprendiz de tipógrafo, foi revisor e funcionário público.
Publicou seu primeiro poema intitulado Ela, na revista Marmota Fluminense. Trabalhou como colaborador de algumas revistas e jornais do Rio de Janeiro. Foi um dos fundadores da Academia Brasileira de letras e seu primeiro presidente.
Podemos dividir as obras de Machado de Assis em duas fases: Na primeira fase (fase romântica) os personagens de suas obras possuem características românticas, sendo o amor e os relacionamentos amorosos os principais temas de seus livros. Desta fase podemos destacar as seguintes obras: Ressurreição (1872), seu primeiro livro, A Mão e a Luva (1874), Helena (1876) e Iaiá Garcia (1878).
Na Segunda Fase ( fase realista ), Machado de Assis abre espaços para as questões psicológicas dos personagens. É a fase em que o autor retrata muito bem as características do realismo literário. Machado de Assis faz uma análise profunda e realista do ser humano, destacando suas vontades, necessidades, defeitos e qualidades. Nesta fase destaca-se as seguintes obras: Memórias Póstumas de Brás Cubas (1881), Quincas Borba (1892), Dom Casmurro (1900) e Memorial de Aires (1908).
Machado de Assis também escreveu contos, tais como: Missa do Galo, O Espelho e O Alienista. Escreveu diversos poemas, crônicas sobre o cotidiano, peças de teatro, críticas literárias e teatrais.Machado de Assis morreu de câncer, em sua cidade natal, no ano de 1908.
Relação das obras:
RomancesRessurreição - 1872 A mão e a luva - 1874 Helena - 1876 Iaiá Garcia - 1878 Memórias Póstumas de Brás Cubas - 1881 Quincas Borba - 1891 Dom Casmurro - 1899 Esaú e Jacó - 1904 Memorial de Aires - 1908 Poesia CrisálidasFalenasAmericanasOcidentaisPoesias completasContosA Carteira Miss Dollar O Alienista Noite de AlmiranteO Homem CélebreConto da Escola Uns Braços A Cartomante O EnfermeiroTrio em Lá MenorMissa do Galo TeatroHoje avental, amanhã luva - 1860 Desencantos - 1861 O caminho da porta, 1863 Quase ministro - 1864Os deuses de casaca - 1866 Tu, só tu, puro amor - 1880 Lição de botânica - 1906

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

realismo x naturalismo

REALISMO/NATURALISMO
(1881 - 1893)
v Panorama histórico:
- Socialismo, cientificismo, evolucionismo, positivismo, lutas antiburguesas, 2ª Rev. Industrial;
Em 1881, com a publicação de “Memórias Póstumas de Brás Cubas”, de Machado de Assis, inicia-se o Realismo no Brasil.
No Brasil: abolição, República, romance naturalista, poesia parnasiana.
Características do Realismo:
v Objetivismo;
v Descrições e adjetivações objetivas;
v Linguagem culta e direta;
v Mulher não idealizada; real. Ex.: Marcela e Virgília (Memórias Póstumas de Brás Cubas), Sofia (Quincas Borba)...
v Amor e outros interesses subordinados aos interesses sociais;
v Herói problemático;
v Narrativa lenta, tempo psicológico;
v Personagens trabalhados psicologicamente.
Principal autor:
Machado de Assis com “Memórias Póstumas de Brás Cubas” (1881); “Quincas Borba”, “Dom Casmurro”, “Esaú e Jacó” e “Memorial de Aires”.
MACHADO DE ASSIS E O ROMANCE REALISTA
ü 1ª FASE (Tendências românticas) Obras: Ressurreição, A mão e a luva, Helena, Iaiá Garcia
Características Gerais:
- crença nos valores da época;
- estrutura de folhetim
- esquematismo psicológico.

ü 2ª FASE (Tendências realistas)
- Obras: Memórias Póstumas de Brás Cubas, Quincas Borba, Dom Casmurro, Esaú e Jacó e Memorial de Aires.
Características Gerais:
- Análise psicológica (os seres vistos em sua complexidade psíquica)
- Análise dos valores sociais (os valores que a sociedade cria para justificar sua própria existência)
- Pessimismo (descrença nos indivíduos e na organização social)
- Ironia (o chamado “sense of humor”, inspirado nos ingleses Stern e Swift)
- Refinamento da linguagem narrativa.
ü Principais personagens:
ü Brás Cubas, Vigília, Quincas – (Memórias Póstumas de Brás Cubas)
ü Bentinho, Capitu, Escobar, José Dias, – (Dom Casmurro)
ü Quincas Borba, O cão e o Filósofo, Rubião, Sofia e Palha – (Quincas Borba)

ROMANTISMO x REALISMO
Principais diferenças entre Romantismo e Realismo:

Ø ROMANTISMO (1836-1881)
- Ênfase na fantasia;
- Predomínio da emoção;
- Proximidade emocional entre autor e os temas;
- Subjetividade;
- Escapismo (literatura como fuga da realidade);
- Personagens idealizados;
- Nacionalismo;

Ø REALISMO (1881 – 1893)

- Ênfase na realidade;
- Predomínio da razão;
- Distanciamento racional entre o autor e os temas;
- Objetividade;
- Engajamento (literatura como forma de transformar a realidade)
- Retrato fiel das personagens;
- A mulher numa visão real, sem idealizações...
- Universalismo.

Ø Naturalismo (características)
- Determinismo biológico;
- Objetivismo científico;
- Temas de patologia social;
- Observação e análise da realidade;
Ser humano descrito sob a ótica do animalesco e do sensual;
- Linguagem simples;
- Descrição e narrativa lentas
- Impessoalidade;
- Preocupação com detalhes.
Principais autores: Aluísio Azevedo,
“O mulato”, em 1881: início do Naturalismo no Brasil; “O Cortiço”,
Raul Pompéia, “O Ateneu”.

DIFERENÇAS ENTRE REALISMO E NATURALISMO
ü REALISMO
- Forte influência da literatura de Gustave Flaubert (França).
- Romance documental, apoiado na observação e na análise.
- A investigação da sociedade e dos caracteres individuais é feita “de dentro para fora”, por meio de análise psicológica capaz de abranger sua complexidade, utilizando a ironia, que sugere e aponta, em vez de afirmar.
- Volta-se para a psicologia, centrando-se mais no indivíduo.
- As obras retratam e criticam as classes dominantes, a alta burguesia urbana e, normalmente, os personagens pertencem a esta classe social.
- O tratamento imparcial e objetivo dos temas garante ao leitor um espaço de interpretação, de elaboração de suas próprias conclusões a respeito das obras.

ü Naturalismo
- Forte influência da literatura de Émile Zola (França).
- Romance experimental, apoiado na experimentação e observação científica.
- A investigação da sociedade e dos caracteres individuais ocorre “de fora para dentro”, os personagens tendem a se simplificar, pois são vistos como joguetes, pacientes dos fatores biológicos, históricos e sociais que determinam suas ações, pensamentos e sentimento.
- Volta-se para a biologia e a patologia, centrando-se mais no social.
- As obras retratam as camadas inferiores, o proletariado, os marginalizados e, normalmente, os personagens são oriundos dessas classes sociais mais baixas.
- o tratamento dos temas com base em uma visão determinista conduz e direciona as conclusões do leitor e empobrece literariamente os textos.
ALUÍSIO AZEVEDO(1857-MA,1913–BUENOS AIRES)
ü Principais características:
- Expressão de destaque no naturalismo brasileiro;
- Sua linguagem literária era chocante, objetiva e direta. Procurava denunciar pela palavra a miséria, a corrupção moral. Muitos de seus personagens são doentes físicos, mentais, vítimas de suas próprias imperfeições.
- Demonstrava nítida preocupação com as classes marginalizadas pela sociedade.

OUTRAS OBRAS
- O Mulato
- Casa de Pensão
- O Cortiço (obra máxima do Naturalismo brasileiro).

O CORTIÇO
- Revelação da miséria urbana
- Enfoque nas classes marginais
- Determinismo do meio (tese dominante)
- Domínio do coletivo sobre o individual
- Desagregação dos instintos
- Principais personagens: João Romão, Bertoleza, Miranda, Jerônimo, Rita Baiana e Pombinha.

RAUL POMPÉIA
(1863 – 1895)
ü Principais características:
- Nasceu em Angra dos Reis e suicidou-se no Rio de Janeiro, na noite de Natal.
- Sua obra “O Ateneu” apresenta inspiração na adolescência do autor (estudou num colégio interno, o Colégio Abílio)
- Sua técnica se prende ao Impressionismo em que o artista enfatiza a impressão que a realidade despertou nele.
PARNASIANISMO
“ARTE PELA ARTE”
ü Parnasianismo:
- Surge na França como reação à poesia romântica
- Procura corresponder, em poesia, ao Realismo na prosa

ü Características do Parnasianismo:
- Objetividade e impessoalidade do poeta
- Culto à Forma, entendida como métrica, rima e versificação.
- Utilização de fórmulas poéticas fixas como o soneto.
- “Arte pela Arte”: a arte só tem compromisso com ela mesma
- Tema principal: a mitologia greco-latina
PARNASIANISMO NO BRASIL

- Literatura descompromissada das elites
- Absoluto domínio em termos de prestígio
- Formação da tríade parnasiana
- Uma das causas da Semana de Arte Moderna
ü TEMAS:
- A mitologia e a história greco-romana
- A natureza
- O amor sensual
- A pátria
ü OLAVO BILAC (Principal poeta)
ü OBRAS:
- Poesias
- Tarde
PRINCIPAIS POEMAS
- In extremis
- O caçador de esmeraldas
- Via-láctea
- Profissão de fé
- Sarças de fogo
v PROFISSÃO DE FÉ (fragmento)
(...)
Invejo o ourives quando escrevo: Torce, aprimora, alteia, lima
Imito o amor A frase; e, enfim,
Com que ele, em ouro, o alto relevo No verso de ouro engasta a rima,
Faz de uma flor. Como um rubim.
Imito-o. E, pois, nem de Carrara Quero que a estrofe cristalina,
A pedra firo: Dobrada ao jeito
O alvo cristal, a pedra rara, Do ourives, saia da oficina
O ônix prefiro. Sem um defeito:
Por isso, corre, por servir-me, Assim procedo. Minha pena
Sobre o papel Segue esta norma,
A pena, como em prata firme Por te servir, Deusa serena,
Corre o cinzel. Serena Forma!”
(...) (OLAVO BILAC)


Ouvir estrelas
“Ora (direis) ouvir estrelas! CertoPerdeste o senso”. “ E eu vos direi, no entanto,Que, para ouvi-las, muita vez despertoE abro as janelas pálido de espanto...

E conversamos toda a noite, enquantoA via Láctea, como um pálio aberto, Cintila. E, ao vir do sol, saudoso e em pranto,Inda as procuro pelo céu deserto.
Direis agora: - Tresloucado amigo.
Que conversas com elas?
Que sentido tem o que dizem,
quando estão contigo?
E eu vos direi. - "Amai para entendê-las! Pois só quem ama pode ter ouvidoCapaz de ouvir e de entender estrelas."

v Um Beijo
Foste o beijo melhor da minha vida, Ou talvez o pior...Glória e tormento, Contigo à luz subi do firmamento, Contigo fui pela infernal descida!

Morreste, e o meu desejo não te olvida: Queimas-me o sangue, enches-me o pensamento, E do teu gosto amargo me alimento, E rolo-te na boca malferida.

Beijo extremo, meu prêmio e meu castigo, Batismo e extrema-unção, naquele instante Por que, feliz, eu não morri contigo? Sinto-te o ardor, e o crepitar te escuto, Beijo divino! e anseio, delirante, Na perpétua saudade de um minuto...
v SATÂNIA
Sobe... cinge-lhe a perna longamente; Sobe...- e que volta sensual descreve Para abranger todo o quadril!- prossegue,Lambe-lhe o ventre, abraça-lhe a cintura,
Morde-lhe os bicos túmidos dos seios, Corre-lhe a espádua, espia-lhe o recôncavo
Da axila, acende-lhe o coral da boca, E antes de se ir perder na escura noite, Na densa noite dos cabelos negros, Pára confusa, a palpitar, diante Da luz mais bela dos seus grandes olhos.

Curiosidades Sobre MAchado de Assis


Você sabia?

Um mestre aos 16!
Já aos 16 anos conseguiu publicar sua primeira obra literária na revista “Marmota Fluminense”, onde registrou as linhas do poema “Ela”. No ano seguinte, Machado conseguiu um cargo como tipógrafo na Imprensa Nacional e dividiu seu tempo com a criação de novos textos.
Machado de Assis era miope, gago e sofria de epilepsia. Enquanto escrevia Memórias Póstumas de Brás Cubas, foi acometido por uma de suas piores crises intestinais, com complicações para sua frágil visão. Os médicos recomendaram três meses de descanso em Petrópolis. Sem poder ler nem redigir, ditou grande parte do romance para a esposa, Carolina.
Caligrafia de Machado de Assis era tão ruim que revisores recusavam trabalhar com ele.
A letra de Machado de Assis era muito ruim. Redator do Diário de Janeiro, de Quintino Bocaiúva, os revisores recusaram trabalhar com ele, sem que melhorasse a caligrafia. Quintino respondeu aos reclamantes que só os atenderia se lhe mostrassem original de Machado que ele não conseguisse ler. Mostraram. Não só Quintino, mas o próprio Machado não foi capaz de decifrar o que havia escrito.

Noite De Almirante


Narrado em terceira pessoa, conta a história do marinheiro Deolindo, que três meses antes de iniciar uma viagem, conhece a mulata Genoveva; apaixonados ambos fazem um juramento de fidelidade. Ao regressar Deolindo apresenta um semblante de felicidade na expectativa de rever a amada, notado por seus companheiros marujos que antevêem uma noite de almirante ao marinheiro, ou seja, uma grande noite nos braços de Genoveva. Porém ao chegar à casa de Genoveva, Deolindo, ouve de D Inácia, que a moça estava com outro, morando na Praia Formosa.O marinheiro vai até a Praia Formosa e encontra Genoveva, mas esta se mantém indiferente e distante, fala do amor que sentiu por ele, mas diz que seu coração mudara. Triste e cabisbaixo, Deolindo diz à ela que vai matar, mas Genoveva não acredita em sua ameaça. No dia seguinte, diante dos amigos e colegas marinheiros, Deolindo apresenta-se com ar de satisfação e felicidade, transparecendo que realmente teve uma noite de almirante, optando por aparentar e não permitindo que sua vergonha fosse exposta aos companheiros.

A cartomante


A cartomante é a historia de Vilela, Camilo e Rita envolvidos em um triângulo amoroso. A historia começa numa Sexta-feira de novembro de 1869 com um dialogo entre Camilo e Rita. Camilo nega-se veementemente a acreditar na cartomante e sempre desaconselha Rita de maneira jocosa.

A cartomante está caracterizada neste conto como uma charlatã, destas que falam tudo o que serve para todo mundo. É um personagem sinistro, que apesar não ter nem o seu nome revelado (característica machadiana), destaca-se como um personagem que ludibria os personagens principais.
Rita crê que a cartomante pode resolver todos os seus problemas e angústias. Camilo já no fim do conto, quando está prestes a ter desmascarado seu caso com Rita, no ápice de seu desespero, recorre a esta mesma cartomante, que por sua vez o ilude da mesma forma como ilude todos os seus clientes, inclusive Rita.
A mulher usa de frases de efeito e metáforas a fim de parecer sábia e dona do destino de Camilo, este que sai de lá confiante em suas palavras e ao chegar no apartamento de Vilela encontra Rita morta e é morto a queima roupa pelo amigo de infância, que já está sabendo da traição da esposa e o esperava de arma em punho.

carta ao editor

Publicou Memórias Póstumas:Na Revista Brasileira…É um livro essencial:Que marca a sua carreira…Na Gazeta de NotMemórias saiu em livro:Destaque para Machado…Publicou Papéis Avulsos:Texto bem elaborado…Rua Cosme Velho, 18:Muito bem acomodado…brendaícias:Foi cronista de primeira…
Memórias saiu em livro:Destaque para Machado…Publicou Papéis Avulsos:Texto bem elaborado…Rua Cosme Velho, 18:Muito bem acomodado…
Em Machado há ironia:Dúvida e questionamento…Capitu traiu ou não?A resposta voa ao vento…O Amor tudo ultrapassa:Revela-se o sentimento.
Oficial da Ordem da Rosa:Por decreto imperial…Diretor de Viação:Várias Histórias, afinal…Machado se consagrou:No cenário nacional…
Fundou a Academia:Logo eleito presidente…Quincas Borba reflete:Um escritor sapiente…O romance Dom Casmurro:Eis um livro consciente…

domingo, 26 de outubro de 2008

Carta ao leitor.


O presente trabalho tem como por afinidade, mostrar ao leitor a vida e obra de Machado de Assis.
Machado de Assis é o escritor mais importante da literatura brasileira e um espíritos mais lúcidos de nossa cultura. Criou entre nós o método universalizante de composição artística que consiste em interpretar a condição humana a partir da observação das pessoas do seu próprio tema.
Avesso a qualquer crença absoluta, Machado de Assis escreveu para problematizar, decorrendo desse procedimento uma verdadeira revolução formal e conceitural em nossa literatura, porque lhe assegurou um processo altoconsciente de representação estética.
Machado de Assis nao produziu nenhum grande retrato do Brasil como pretenderam fazer os românticos; antes, preferiu descrever através de um refinado sistema de símbolos, as estruturas do segundo Reinado e sua transição para a república.
A história está na ficção machadiana, mas é captada principalmente através de seus reflexos no universo moral dos indivídualismo. E sua grandeza maior provém da originalidade das formas que inventou para representar esses reflexos, razão pela qual se notabilizou como um dissecador devassador de intimidades: axaminava gestos e expressões diminutas,olhares dissimulados, risos e intenções secretas, enfim, pormenores de superfície que revelassem as vastidões do interior do indivíduo. Escreveu ininterrupdamente dos 15 aos 69 anos. Interessou-se por todas as formas de expressão literária: crônica, poesia, teatro, tradução, crítica, ensaio, conto e romance. Em todas essas espécies, deixou realizações importantes, tendo se mostrado um gênio no conto e no romance, mediante insistente busca de maneira mais própria de interpretar a vida e construir a arte. Seu estilo é dinamizado por uma inquietação do experimento formal, que torna a frase sarcástica, brincalhona, com feições de ziguezague. Esses experimentos incorporam a paródia, a ironia, a digressão, a polifonia e o humor entre outros recursos.
Apesar da complexidade dos processos compositivos, o vocabulário de Machado de Assis é simples, próximo da conversa diária da época em que viveu- por isso, seus textos, resultam espontâneos, com sabor de oralidade.
Em Machado, o humorismo é aliado do pessimismo, a amargura, a irritação que lhe causava o espetaculo da vida. O que o diferencia de grande numero de humoristas ingleses é a preocupação moralmente, a intenção de definir o homem e suas relações , na vida social. A fonte intelectual máxima do pessimismo Machadiano foi Pascal, desde muito cedo. Para Machado, o mundo em mau, o mal predominado sobre o bem, a dor sobre o prazer, a dor sendo a única realidade, pois da sua cessação é que decorre o prazer.

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Machado de Assis"O Contista"

Costuma-se dividir a obra de Machado de Assis em duas fases distintas: a primeira apresenta o autor ainda preso a princípios da escola romântica, sendo por isso chamada fase romântica ou de amadurecimento; a segunda mostra o autor mais definido em relação ao ideal realista, sendo, portanto, chamada fase realista ou de maturidade. A publicação de Memória Póstumas de Brás Cubas inaugura a segunda fase da obra machadiana.

Primeira fase: A fase romântica

Entre 1872 e 1878, Machado de Assis começa a publicar romances. Ainda muito influenciado pelo amigo e mestre José de Alencar, publica, com regularidade britânica, um romance a cada dois anos. Em Ressurreição (1872), A Mão e a Luva (1874), Helena (1876) e Iaiá Garcia (1878), temos um Machado ainda romântico, mas antecipando alguns temas e procedimentos de suas obras-primas realistas e, principalmente, conquistando um público leitor que já receberia sua revolução realista com boa vontade. Escreveu ainda em sua fase romântica os livros de contos: Histórias de meia-noite e Contos fluminenses.
Analisando os romances e os contos machadianos considerados românticos, vê-se que já apresentam a característica que há de marcar Machado de Assis: os acontecimentos são narrados sem precipitação, entremeados de explicações aos leitores por parte do narrador, cheios de considerações sobre os comportamentos. Suas personagens não são tão lineares como as dos maiores românticos: elas têm comportamentos imprevistos, fazem maquinações, não transparentes, são interesseiras. Mas a estrutura narrativa de Machado ainda é linear, isto é, as narrativas têm começo, meio e fim demarcados.

Segunda fase: A fase realista

Com a publicação de Memórias póstumas de Brás Cubas, Machado de Assis mudou o rumo de sua obra, Amadureceu como escritor, passando a escrever para leitores mais maduros. Era a hora de personagens mais elaboradas, construídas à luz da psicologia. Era também a hora da técnica de composição do romance: capítulos curtos, frases curtas, contato com o leitor. Uma análise apurada da sociedade brasileira no fim do Segundo Império; o casamento seria o alvo predileto da interpretação machadiana. Dentro deste, é sobre a mulher que recai a finura da investigação do escritor. As estruturas narrativas das obras desta fase fogem à linearidade, entremeando digressões temporais, intromissões do narrador e grande preocupação com a análise dos acontecimentos.
São romances do cicio realista: Memórias póstumas de Brás Cubas, Quincas Borba, Dom Casmurro, Esaú e Jacó, Memorial de Aires. E os livros de contos: Histórias sem data, Várias histórias, Papéis avulsos, Páginas recolhidas, Relíquias da casa velha.
Essa foi a mais importante fase da carreira de Machado de Assis onde concentra-se na trilogia de romances realistas publicados no final do século. O primeiro deles foi Memórias Póstumas de Brás Cubas (1881). Depois, seguiram-se:

- Quincas Borba (1891) narra, na terceira pessoa, as desventuras do ingênuo Rubião, herdeiro da fortuna e do cachorro da enlouquecida personagem Quincas Borba, que já aparecia, e morria, no livro anterior. Através dessa personagem, cômica no seu despreparo para as armadilhas da corte, e trágica no seu destino, Machado ao mesmo tempo ironiza e demonstra as teorias darwinistas tão caras aos naturalistas. O ensandecido "humanitismo" de Quincas Borba, herdeiro direto da "luta pela vida" de Darwin, é sintetizado na frase "Ao vencedor, as batatas!", e acaba por ser comprovado tragicamente pela ação espoliadora do casal Sofia / Palha sobre o provinciano protagonista.

- Dom Casmurro (1899) apresenta algumas das personagens mais complexas da literatura universal. Narrado pelo velho Bento Santiago, apelidado Dom Casmurro, apresenta a história de seu relacionamento - namoro, casamento e afastamento - com Capitu, sua vizinha de infância. O narrador se esforça por demonstrar o caráter ambíguo e dissimulado tanto de sua esposa quanto de seu melhor amigo, o hábil Escobar, para assim justificar sua convicção de ter sido por eles traído. Como prova da traição, apresenta a semelhança que enxerga em seu filho, Ezequiel, com o amigo, que supõe pai da criança. Mas o esforço é vão. Se consegue construir a imagem de personagens extremamente complexos, nada nos consegue provar, pois o seu próprio caráter é tão fraco, tão inseguro e titubiante, que o leitor passa a desconfiar de seus julgamentos. Assim, além de construir a eterna dúvida (Capitu traiu ou não Bentinho?), Machado de Assis apresenta o primeiro narrador não confiável da literatura brasileira.

- Esaú e Jacó (1904) e Memorial de Aires (1908), têm o mesmo narrador personagem, o conselheiro Aires, que pouco age e passa a maior parte da narrativa contemplando placidamente as aventuras amorosas e existenciais dos jovens ao seu redor. A descrição dos dias de perplexidade da população carioca com a proclamação da República, em Esaú e Jacó, é um dos pontos altos da narrativa machadiana.
Além desses romances realistas Machado de Assis também escreveu em sua fase romântica os livros de contos: Histórias sem data, Várias histórias, Papéis avulsos, Páginas recolhidas, Relíquias da casa velha.

2.3. Características.
2.3.1. Gerais;

Através de seus contos, Machado afirma-se como grande contador de história; dá ao leitor não só a sensação de estar lendo, mas de estar participando; ele não descreve, ele mostra e fala. Um recurso também muito utilizado pelo autor é a surpresa: ele prende a atenção do leitor porque o surpreende a cada instante, seja na maneira de iniciar o conto, seja através de idéias inesperadas ou pelo modo como conduz a narrativa.
Embora tenha se interessado por mais de uma escola literária, Machado soube manter-se numa posição equilibrada entre o romantismo e o realismo, sem fixar-se rigidamente em determinada corrente. Não copiava a vida, mas servia-se da realidade, transfigurada pela imaginação. Seu interesse dominante é pelo homem, pelo espírito humano, a cuja sondagem dedicou sua arte.
O pessimismo é uma constante em sua obra; para ele o homem é irremediavelmente corrompido, egoísta, vítima da ingratidão, da maldade, do ódio. Isto se faz notar através do ceticismo do escritor, em face dos sofrimentos da humanidade, nada generoso ao julgar a vida e os homens.

O poeta
Machado de Assis iniciou sua carreira literária como poeta. Seu livro de estréia foi Crisálidas (1864), que lhe conferiu imediata notoriedade. Embora sua poesia esteja muito aquém da prosa que o imortalizou, nunca deixou de escrever poemas. Em 1870 lança Falenas, em 1875, Americanas e, em 1901, as suas Poesias Completas, que ainda não incluem um dos seus mais famosos poemas, o belo soneto A Carolina, escrito após a morte da esposa, em 1904.

O cronista
Seguindo a linha dos textos de Ao Correr da Pena, de José de Alencar, Machado de Assis contribuiu durante toda a sua carreira com textos breves para jornais, em que comenta os mais variados assuntos da vida do Rio de Janeiro e do país. Esses textos leves, de temática cotidiana, podem ser considerados os precursores da crônica moderna, em que se haveriam de destacar, no século seguinte, escritores como Rubem Braga, Fernando Sabino e Carlos Drummond de Andrade. A produção do Machado cronista se inicia já em 1859 e se estende até 1904, com raras interrupções. Sua produção mais madura foi publicada na colunas do jornal Gazeta de Notícias, em que contribui de 1881 a 1904: Balas de Estalo (1883-1885), Bons Dias! (1888-1889) e principalmente em A Semana (1892-1897).

O crítico
Também para os jornais, Machado de Assis escreveu durante toda a vida textos críticos. Sua produção infindável envolve ensaios teóricos, como O passado, o presente e o futuro da nossa literatura (1858), O ideal do crítico (1865) e Notícia da atual literatura brasileira - instinto de nacionalidade (1873), diversas resenhas críticas importantes, como aquela ao livro O Primo Basílio, de Eça de Queirós (1878) e inúmeras críticas de teatro.

O contista
Muitos das centenas de contos que Machado de Assis escreveu ao longo da vida se perderam, com o desaparecimento dos números dos jornais em que foram publicados. Outros estão apenas agora sendo republicados em livro. Sua versatilidade como contista é imensa. Escreveu tanto para os jornais mais sentimentalóides quanto para publicações seríssimas. A qualidade dos contos varia de acordo com a publicação e o público leitor a que se destinavam. Entre as coletâneas de contos que publicou, destacam-se Papéis Avulsos (1882), com o grande conto, ou novela, O Alienista, Teoria do Medalhão e O Espelho, e Várias Histórias (1896) em que se encontram, entre outras obras-primas da concisão e do impacto narrativo, A Causa Secreta, A Cartomante e Um Homem Célebre.

2.3.2. Quanto aos personagens;

Os personagens de Machado de Assis trazem certo toque diferente, não se enquadram na maniqueísta visão romântica de bem x mal. Mostram algo desconhecido na literatura do Brasil até o momento – seres dotados de vida interior, com característica próprias e individualizantes, que contrariam conceito fechado de herói. Suas personagens não são tão lineares como as dos maiores românticos. Tratam-se de seres complexos, com altos e baixos, defeitos e virtudes, caprichos e incoerência , têm comportamentos imprevistos, fazem maquinações, não transparentes, são interesseiros.
Os caracteres machadianos têm de inovador o fato de o escritor está preocupado com o homem concebido como ser universal, que, somente por causalidade, é brasileiro.

2.3.3. Quanto ao processo narrativo.

As obras iniciais obedecem à estrutura romântica, preocupadas em narrar uma história geralmente linear, com começo, meio e fim e tendo o amor como centro das atenções.
Analisando os romances e os contos machadianos considerados românticos, vê-se que já apresentam a característica que há de marcar Machado de Assis: os acontecimentos são narrados sem precipitação, entremeados de explicações aos leitores por parte do narrador, cheios de considerações sobre os comportamentos.

Divianny Gonçalves Alves

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Entrevista com Machado de Assis


RA. Qual sua opinião sobre o mundo... ?
MA. O mundo é um par de suspensórios. Quem põe o nariz fora da porta vê que este mundo não vai bem. A razão do meu receio é a crença que me devora de que o mal estava acabado, a paz sólida, e as próprias tempestades e moléstias não seriam mais que mitos, lendas, histórias para meter medo às crianças.
RA. Em que nível se dá a discussão literária no Brasil?
MA. A discussão literária no nosso país é uma espécie de steeple-chase, que se organiza de quando em quando; fora disso, a discussão trava-se no gabinete, nas ruas e nas salas. Não passa daí.
RA.A enxurrada de maus poetas afeta de algum modo a poesia?
MA. A poesia deixa de ser a misteriosa linguagem dos espíritos só porque alguns maus rimadores foram assentar-se ao pé do Parnaso?
RA. Apenas esse motivo levou à condenação do indianismo?
MA. Não, havia um outro motivo para condená-lo. Supunham os críticos que a vida indígena seria, de futuro, a tela exclusiva da poesia brasileira, e nisso erravam também, pois não podia entrar na idéia dos criadores obrigar a musa nacional a ir buscar todas as suas inspirações no estudo das crônicas e da língua primitiva. Felizmente o tempo vai esclarecendo os ânimos; a “poesia dos caboclos” está completamente nobilitada; os rimadores de palavras já não podem conseguir o descrédito da idéia, que venceu com os autores de I-Juca-Pirama e Iracema.
RA. Que sente um escritor ao saber, como no seu caso, que milhares que lhe leram a obra votam-lhe extrema afeição?
MA. Há desses amigos que um escritor tem a fortuna de ganhar sem conhecer, e são dos melhores. É doce ao espírito saber que um eco responde ao que ele pensou, e mais ainda se o pensamento, trasladado ao papel, é guardado entre as coisas mais queridas de alguém.
RA. E quanto ao senhor?
MA. De mim, confesso que tal é o medo que tenho de ser enterrado vivo, e morrer lá embaixo, que não recusaria ser queimado cá em cima. Poeticamente, a incineração é mais bela. Vêde os funerais de Heitor...
RA.Pra você o que mostra avisão do conto ''a cartomante''?
MA.Mostra a visão objetiva e pessimista da vida, do mundo e das pessoas (abolição do final feliZ).
RA. Existe a presença onisciente do autor, que usa desta onisciência na narração e descrição dos fatos?
MA. O uso constante de uma voz onisciente é importante para dinamizar o relato da historia acentuando os momentos dramáticos do texto e conflitos internos dos personagens, fortalecendo seu epílogo.
RA.E por que tanto pessimismo, ceticismo? O senhor não acha que o homem mereça um crédito, que o homem seja bom?MA.
Eu não defendo teses. Eu apenas escrevo. Nos meus livros, eu não afirmo que o homem seja mau por natureza ou que este ou aquele setor da sociedade seja bom ou ruim. Se o leitor enxerga isso nos meus textos é porque consegue depreender isso das entrelinhas. E se o faz é porque talvez tenha no mundo real, fora dos meus livros, indícios para pensar assim... Mas os meus personagens podem estar errados. Aquela era uma visão do século XIX. Veja como a humanidade progrediu. O Rio de Janeiro, na minha época era um esgoto a céu aberto. Havia ratos para todo lado, cólera, dengue. Imagina você, minha jurássica apresentadora, que havia até larápios, gatunos, a furtar flores dos jardins públicos. Hoje, tudo mudou. Realmente, não havia motivo para ceticismo...
Ramile Bruna.

Dom Casmurro


"DOM CASMURRO"É uma narraçăo cujo foco narrativo é em primeira pessoa, e conta a vida do seu personagem principal, Bentinho, a partir dos seus quinze anos. Sua măe, por ter perdido o primeiro filho, entăo fez tal promessa : que iria tornar padre o próximo filho, se sobrevivesse. Sem ter como evitar , mesmo contra a vontade dele e de sua vizinha pela qual era apaixonado, Bentinho vai ao seminário enviado pela măe. Lá, conheceu Escobar e tornaram-se muito amigos. Eles tinham algo em comum : ambos năo desejavam ser padre. Escobar sonhava ser comerciante e Bentinho queria ser médico, advogado, qualquer coisa que năo fosse padre e permitisse seu casamento com Capitu, a vizinha. Um tempo depois, Bentinho consegue sair do seminário através de uma idéia de Escobar, que era a seguinte : sua măe, D. Glória, adotaria um garoto e o enviaria ao seminário em lugar de Bentinho. Isto se fez e Bentinho depois de voltar dos estudos, tornando-se advogado, casa-se com Capitu. Durante seus estudos nunca perdera o contato com Capitu nem mesmo com o amigo Escobar, que saíra do seminário junto com ele e foi ser comerciante como queria. Escobar casa-se com Sancha, amiga de Capitu desde a infância. Os casais viviam tendo programa juntos, jantando uns nas casas dos outros, tendo muita amizade. Escobar e Sancha já tinham uma filha, enquanto o filho de Bentinho e Capitu se demorava a chegar. Veio depois de um tempo e foi recebido com muita satisfaçăo. Depois de algum tempo Escobar morre afogado, ao nadar no mar bravo e năo conseguindo voltar. É a partir daí que Bentinho começa com a sua desconfiança, pois percebera que Capitu sofria mais do que deveria pelo morto. Bentinho era um marido muito ciumento, e desconfiava agora de Capitu e Escobar, ainda mais, depois de reparar nas feiçőes do filho Ezequiel e perceber que eram parecidas com a do amigo falecido, Escobar. Bentinho resolve entăo mandar Capitu e o filho ŕ Europa, enquanto vivia ainda no Brasil. Tempos depois, Ezequiel volta ao Brasil para uma visita ao "pai", avisando da morte de Capitu e de seus estudos. Ezequiel falece depois de febre tifóide, enquanto estudava arqueologia, em Jerusalém onde acabou sendo enterrado.

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Helena livro de romance


No espaço do Rio de Janeiro colonial, Conselheiro Vale, um homem importante e rico mantém caso amoroso com uma mulher que havia migrado do Rio Grande do Sul e se separara do marido, devido a dificuldades financeiras. A mulher já possuía uma filha, que, mais tarde, foi perfilhada pelo amante rico. Conselheiro Vale morre, e em seu testamento ele alegava que Helena era sua filha e que ela devia tomar seu lugar na família, todos acreditam nisso, porém Helena sabe que não é verdadeiramente sua filha, mas na sua ânsia de ascender socialmente acaba aceitando isso. À princípio, D. Úrsula reage com um certo preconceito à chegada de Helena, mas no decorrer da narrativa ela vai ganhando o amor de D. Úrsula, Estácio porém, era um bom filho, e faz a vontade do pai sem indagar nada. Dr. Camargo acha aquilo um absurdo, pois ele queria casar sua filha, Eugênia, com Estácio para que eles se tornassem ricos às custas do dinheiro de Estácio, e mais um familiar só iria diminuir a parte da herança de Estácio. Helena toma seu lugar na família como uma mulher de fibra, uma verdadeira dona de casa, cuida muito bem de sua nova família, dirige a casa melhor do que D. Úrsula o fazia, e impressiona não só a família como toda a sociedade em geral, porque além de ser uma mulher equilibrada como poucas que existiam, era linda, sensível e rica.Ao decorrer da narrativa, Helena vai impressionando mais e mais Estácio, e nisso acaba se apaixonando por ela, e ela por ele. Aí vem o dilema do livro, de um lado Estácio, se martirizando por se apaixonar por sua suposta irmã, o que era um pecado, e do outro Helena, também apaixonada por Estácio, esta sabia de toda verdade, mas não podia jogar tudo para o alto e ficar com ele, afinal havia recebido uma fortuna de herança. Neste ponto então surge Mendonça, que se apaixona por ela. Então pede Eugênia em casamento também para tentar esquecer Helena. A família possuía uma chácara, e perto dessa chácara tinha uma casa simples, pobre, e Helena costuma a visitar sempre essa chácara, um dia Estácio resolveu seguí-la, e lá conheceu Salvador, e foi tirar satisfações sobre as visitas de Helena, Salvador começou a lhe contar uma grande história, e surpreendeu Estácio ao lhe revelar que Helena era sua filha, não de Conselheiro Vale, e toda a história da vida de Helena até ali. Nesse mesmo dia Helena após uma forte chuva fica debilitada, à beira da morte, Estácio, tomado por seu forte amor vai cuidar de Helena e lhe faz essa declaração. Helena morre